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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Terror na Fazenda

     Um fim de semana tranquilo, era tudo o que Gary queria após dias e dias de trabalho desgastante. Assim que saiu do escritório, ele se apressou em ir para sua casa, preparar suas malas, entrar no carro e partir em direção a fazenda de seus pais. Após algumas poucas horas de viagem, o jovem rapaz chegou ao seu destino. A primeira coisa que fez foi abraçar seu pai e dar um beijo na sua mãe, depois, disse que só queria passar os próximos dias em total ócio.
     Mais tarde, depois do jantar, Gary sentou-se com seu pai na varanda, e adentrou a madrugada conversando e contemplando a escuridão ao redor da fazenda. As únicas coisas que se viam eram os faróis dos carros ao longe na estrada. Ainda assim com muita dificuldade. A fazendo ficava longe da agitação em que Gary enfrentava nos seus dias. Foi uma conversa descontraída e saudosista. Relembraram de coisas passadas e revelaram planos para o futuro.
     O tom da conversa mudou depois que o pai de Gary contou sobre alguns acontecimentos recentes na fazenda. O senhor contou que estava tudo na paz de sempre, mas, após um incêndio misterioso na plantação, coisas estranhas começaram a acontecer. Primeiro foram as inesplicaveis mortes de animais no dia posterior ao incêndio, depois parte da plantação apareceu seca, plantas e árvores morreram. Mas havia algo a mais, algo mais perturbador. Tanto o pai, quanto a mãe de Gary avistou algo andando em meio as plantações, algo que na visão deles, não era humano. Mas mesmo assim não se abateram. O pai de Gary prometeu a ele que pela manhã mostraria as coisas estranhas no meio da plantação. Como ambos estavam cansados, não demoraram muito a dormir.
     No dia seguinte Gary e seu pai andaram por toda a fazenda, e constataram e viram coisas surpreendentes. Havia cercas destruídas, árvores derrubadas, pantas queimadas e um clarão aberto no meio da plantação que ia em direção a uma mata fechada. Gary queria ver até onde ia essa abertura na mata, mas seu pai o probiu. Não demorou muito e logo retornaram para a casa. Mas Gary ficou intrigado com o que viu.
     De noite, assim que seus pais foram dormir, Gary decidiu investigar o que estava acontecendo na fazenda, não sabia muito bem o que estava fazendo, mas, pensando na segurança deles, foi em frente com a investigação. O jovem rapaz pegou uma lanterna e se armou com uma faca de cozinha. Gary, que para não acordar seus pais, pulou a janela do quarto em que estava. Ele fez o mesmo trajeto que havia feito com seu pai pela manhã, e foi até chegar naquela abertura no meio da mata. Com muita cautela Gary foi andando pelo caminho, passou por uma pequena cerca e continuou até chegar a um local cheio de árvores. Gary continuou caminhando, iluminando todos os lados, até que, por fim, notou algo estranho no chão próximo a uma árvore. A única árvore que estava sem folhas e completamente seca. Havia um buraco no chão, não muito grande, com uma espessura de um pouco mais de meio metro. Gary se ajoelhou próximo ao buraco e começou a iluminar o seu interior. O buraco parecia ser muito fundo e um estranho cheiro vinha dele. Mas antes que pudesse sair dali, o jovem percebeu um movimento dentro do buraco. Nem deu tempo de Gary saber do que se tratava, e foi surpreendido por uma criatura que veio do interior do buraco. No desespero e no meio da escuridão, Gary não viu bem o que era aquilo, apenas notou os dois olhos vermelhos da criatura, e sem olhar para trás correu desesperadamente até a casa. No trajeto, enquanto era perseguido pela criatura, Gary se machucou esbarrando contra galhos e contra os arames das cercas. Chegando na casa, Gary pulou a janela, fechou-a rapidamente e se encolheu em um dos cantos do quarto. Ele não sabia se avisava seus pais, e na dúvida, continuou sentado no canto.
     De repente, Gary começou a ouvir batidas na porta da casa. Batidas tão fortes que acordaram seus pais. Gary correu até o quarto em que eles estavam e disse para os dois não saírem de lá. Eles perguntavam o que estava acontecendo, mas Gary não respondeu e foi logo colocando os móveis pesados para barrar a porta. Novamente seu pai perguntou o que estava acontecendo, Gary só disse que tinha um monstro atrás dele, mas não revelou o que ele tinha feito até então.
     As batidas na porta continuaram, até que aquilo que estava lá fora conseguiu adentrar a casa. O som da porta se quebrando foi seguido por sons de objetos e móveis sendo destruídos. Gary e seus pais ficaram apavorados.
     Depois de destruir muitas coisas, o que quer que tenha entrado na casa começou a se dirigir para o quarto em que todos estavam. E como fez com a porta da sala, estava fazendo na porta do quarto, estava tentando arroba-lá através de batidas violentas.
     O pai de Gary disse que seria muito perigoso continuar ali e eles deveriam fazer algo. O senhor agachou próximo a cama e puxou uma caixa onde se encontrava uma espingarda calibre 12 e muita munição. Depois se equipou com a arma e pediu para que Gary tirasse o móvel da frente da porta e a abrisse. Gary ficou receoso, mas obedeceu seu pai. Ao abrir a porta do quarto, todos puderam saber de fato o que era aquilo que assustou Gary e adentrou a casa. Havia uma criatura magra, alta, braços e pernas compridas, com a pele escura avermelhada e com chifres pontudos na cabeça. Mesmo aterrorizado, o pai de Gary atirou contra esse sinistro ser, que pareceu não sofrer muitos danos com o tiro, mas, ainda assim recuou. Mas não era só aquela, havia outra três criaturas iguais a primeira. Todas elas avançaram contra Gary e seus pais, que correram de volta para o quarto. Mais uma vez Gary colocou o guarda roupa em frente a porta. As criaturas ainda continuaram tentando entrar por alguns longos minutos, até que tudo ficou em silêncio. Com medo, Gary e seus pais permaneceram no quarto até o dia clarear. Foi nesse momento em que as criaturas pareceram ir embora.
     A casa ficou toda destruída pelas criaturas, essas que, não se sabe de onde vieram e o que queriam. Tão rapidamente como apareceram, elas sumiram.
     Depois desse dia, nada mais aconteceu. Mas Gary e sua família ainda temiam a volta das criaturas. Mas só aquela pavorosa noite, foi suficiente para perturbar a mente de todos.

Autor : Felipe AG

3 comentários:

  1. Que pavoroso! E eles ainda continuaram na fazenda. :O
    Eu já teria metido o pé!

    Muito bom o conto, viu!

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  2. A sequência dos fatos intriga o leitor e o convida a continuar a leitura. A tensão vai crescendo e o suspense, quanto à origem e descrição das "criaturas", fica mantida até o final. Parece-me que a moral do conto é: quando se enfrenta o medo, o medo vai embora. E assim acontece na vida: muitas vezes os monstros não existem; estão apenas na nossa imaginação.

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